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Natuza Nery encara guerra contra tempo e muito telefone para colocar programa no ar

Natuza Nery nos estúdios de São Paulo da GloboNews, durante a gravação do Papo de PolíticaNatuza Nery é apresentadora do Papo de Política, da GloboNews, que completa dois anos no ar

falar de política de um jeito menos hermético.

Como você avalia o projeto hoje, que é um programa de TV junto com um podcast? Acha que ele ainda pode melhorar em algumas questões?
Acho o máximo. Na quinta, a gente grava primeiro o programa e, em seguida, o podcast. Nossa equipe se divide. Um desafio que sempre temos é falar de política de um jeito menos hermético. Por isso, gosto dos causos, das metáforas, de reproduzir diálogos curiosos, reveladores, pois eles ajudam a colorir, a levar quem nos assiste e ouve para dentro da história.

De alguma forma, o noticiário tão pesado dos últimos tempos impede algum tipo de maior leveza no programa?
Buscamos a leveza como meta, mas nem sempre dá pra colocar em prática. Vivemos tempos bicudos, afinal. A trilha da semana, a música que define o noticiário, tem esse objetivo de dar leveza mas, às vezes, a semana foi tão pesada que não tem muito como. A dinâmica do programa acaba ajudando a ser mais leve. Mesmo nas horas mais difíceis, precisamos de respiro. Por isso, equilibramos um pouco para não ficar só de uma cor, digamos assim.

Um dos diferenciais do Papo de Política é que vocês conseguem explicar as notícias de um jeito mais descontraído e "traduzido", diferente do que a gente acompanha no hard news tradicional. O tempo de produção do programa é o que permite esse diferencial?
Nós não combinamos o que cada uma vai falar (ou cantar!). Como gravamos o programa como se fosse ao vivo, de uma tacada só, realmente nos surpreendemos com o que a outra fala. Muitas vezes caímos na gargalhada, quando a apuração é engraçada. Fazemos uma reunião de pauta na quarta à tarde. Ali, definimos os assuntos que queremos tratar. E bolamos os recursos de imagens.

Não faz sentido produzir com antecedência um programa de política hoje em dia. Tudo muda muito rápido. Se produzíssemos o Papo de Política na segunda-feira, por exemplo, ele se transformaria em um museu na quinta. Por isso, apuramos tudo de quarta para quinta. E apuramos muito. Você só consegue explicar direito o que compreende bem.

Falo com umas 20 fontes entre a noite de quarta e a manhã de quinta para montar o mosaico de fatos e encontrar o sentido da semana. As meninas falam com outras tantas. Uma peça minha vai se juntando às peças delas e, assim, vamos costurando a colcha de retalhos.

Como foi essa experiência de adaptar um podcast para um programa de TV? Vocês sentiram alguma dificuldade com essa migração?
Quando me perguntaram o que eu achava de levar o Papo de Política para a TV, fiquei um pouco tensa de perder a conversa fluida do podcast. Foi aí que Fatima Baptista, chefe de Redação da GloboNews, e o Miguel Athayde, diretor do canal, tiveram uma sacada: no lugar de criar uma linguagem diferente para a TV,vamos levar o podcast para a tela. Parece simples, mas foi fundamental para não perder o clima leve e informal que alcançamos no podcast.

Dois anos depois do nascimento do projeto, você sente um sentimento de "dever cumprido"? Qual balanço você faz desta trajetória do Papo? E podemos esperar novidades (e novas sessões de karaokê) no programa?
Nunca acho que o dever está cumprido, e isso não é só no Papo de Política, é em tudo. Nesses dois anos, eu tenho sido mais feliz, faço o que gosto, me divirto fazendo. Estou ao lado de mulheres incríveis com quem divido as dores e as delícias do jornalismo. Tem muita coisa para acontecer ainda. E eu só tenho uma certeza: este não é um projeto apenas profissional. É um projeto de vida. Estamos e estaremos sempre juntas.

Podemos esperar novidades no Papo de Política?
Por ora,só sobre a política - toda quinta, na TV, e toda sexta, com os novos episódios do podcast.

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