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Após revelação de estupro, Alanis Morissette critica documentário: 'Lascivo'

Alanis Morissette durante gravação em foto publicada nas redes sociaisAlanis Morissette em foto publicada nas redes sociais; cantora se manifestou sobre documentário

Alanis Morissette se pronunciou oficialmente sobre o lançamento do documentário Jagged, produção da HBO sobre o início de sua carreira que revelou uma série de estupros sofridos pela artista aos 15 anos. A cantora canadense acusou o filme de ter "agenda lasciva" e questionou a veracidade de vários trechos.

Em comunicado oficial enviado ao site Deadline, Alanis disse que concordou em dar depoimentos ao documentário por acreditar ser uma celebração dos 25 anos do lançamento do seu primeiro disco, Jagged Little Pill. Ela aponta que as entrevistas foram realizadas em uma época na qual passava por sua terceira depressão pós-parto, ainda durante a pandemia de Covid-19.

A cantora afirmou ter sido iludida por uma falsa sensação de segurança e que foi surpreendida ao assistir ao primeiro corte do filme.

A agenda lasciva [do documentário] tornou-se evidente assim que vi o primeiro corte do filme. Foi então que eu soube que nossas visões eram de fato dolorosamente divergentes. Esta não foi a história com a qual concordei contar. Estou sentada aqui agora sentindo todo o impacto de ter confiado em alguém que não merecia ser confiável.

Alanis justificou a sua ausência da estreia do documentário no Festival de Toronto 2021 e de outros eventos de divulgação do título como forma de protesto à visão retratada na produção. Ela comparou a narrativa com outras obras biográficas que incluem implicações que, segundo a cantora, "simplesmente não são verdadeiros".

"Embora haja beleza e alguns elementos de precisão nesta/minha história, eu, no fim das contas, não estarei apoiando a visão redutiva de outra pessoa sobre uma história com muitas nuances para eles entenderem ou contarem", completou a cantora.

Questionada pela publicação, a HBO não comentou o comunicado de Alanis ou a repercussão das revelações feitas no documentário.

Em entrevista coletiva realizada no Festival de Toronto, Alison Klayman, diretora da documentário, descreveu a reação da cantora ao assistir à produção pela primeira vez.

"É uma coisa muito difícil ver um filme feito sobre você e eu acho que ela é incrivelmente corajosa. Sua reação quando o viu foi que realmente ela podia sentir todo o trabalho, todas as nuances envolvidas [no documentário], apontou a cineasta.

Na época na qual ocorreram os estupros, a idade para o ato sexual consentido no Canadá, país natal da cantora, era 14 anos. Atualmente, a legislação canadense estabelece o consentimento aos 16.

A HBO ainda não estabeleceu uma data de estreia para o documentário. A previsão é que o lançamento ocorra até o final deste ano.


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