Samuel (Bruno Rocha) em 7 Prisioneiros; filme ficou em quarto lugar no ranking global da Netflix
Bruno Rocha passou parte da própria história a limpo como um dos jovens que são escravizados por Luca (Rodrigo Santoro) em 7 Prisioneiros. O filme da Netflix fez o ator abrir as próprias feridas --e não só como uma pessoa preta, uma vez que o tema por si só traz uma forte bagagem histórica. Ele ainda descobriu, em meio às filmagens, que a mãe já havia trabalhado em condições análogas à escravidão.
Em entrevista ao Notícias da TV, o ator explica que não foi difícil encontrar o sentimento de revolta que Samuel traz à tona ao perceber que foi enganado e forçado a dar expediente em um ferro-velho:
Há pessoas que estão nessa situação e acreditam que é a única forma de trabalho que existe. Há uma alienação dos menos favorecidas. Devemos escancarar os direitos trabalhistas na cara da população e mostrar que todos têm o direito de um trabalho digno e justo. A minha revolta é na desigualdade, no descaso que tem nesse país.
Rocha frisa que não imaginava que a escravidão contemporânea poderia estar tão perto até revelar a mãe como seria a história do longa-metragem. "Ela saiu do interior de São Paulo com 17 anos para trabalhar como faxineira na casa de uma mulher que a trancava, não pagava o combinado, fazia ela trabalhar horas sem parar. Quando eu descobri, entendi na hora por que estava nesse projeto. Meu pensamento foi de: 'Agora eu tenho onde vingar uma história que também é minha e está dentro de casa'."