Marília Mendonça e Ruth Moreira em festa junina; mãe desabafou após morte da filha
Ruth Moreira fez a primeira publicação nas redes sociais após a morte de Marília Mendonça (1995-2021). A mãe da cantora mostrou que tem buscado forças na fé para lidar com a perda da filha mais velha e desabafou: "Deus me deu, Deus tirou".
Na madrugada desta segunda-feira (8), Ruth postou nos Stories do Instagram uma foto com a sertaneja e escreveu: "Tudo é dele, por Ele, para Ele". "Deus me deu, Deus tirou. Bendito seja o nome do Senhor", continuou ela, em referência aos versos da música Jó, de Midian Lima.
Marília morreu em um acidente de avião na sexta-feira (5), um dia depois do aniversário de Ruth. A artista tinha feito uma postagem cheia de elogios para dar parabéns para a genitora.
"Acordei cedo pra procurar um buquê e uma cesta de café da manhã pra você. Eu que organizei. Viu só como estou adulta? Eu não sei quando você vai ler isso e se você vai ler (ressaca, né, bebê?), mas estou aqui pra te lembrar mais uma vez o quanto eu te amo. O seu cuidado e o seu carinho ultrapassam o limite do ser mãe", havia se declarado a artista.
"Você, com seu coração gigante, não se conforma em simplesmente ser mãe de Marília e João Gustavo, mas é mãe de todos que ama de verdade. O seu coração deveria ser estudado e reproduzido nas próximas gerações. O mundo seria mais bonito se existissem mais Ruths espalhadas por aí… Obrigada por cuidar tão bem do amor da minha vida. Seremos sempre nós. Conectadas, entrelaçadas e fortes. Juntas! Te amo, mãe! Para sempre! Feliz aniversário!", tinha escrito ela.
Marilia Mendonça morreu após a queda em um avião de pequeno porte na região da Serra de Caratinga. Ela faria um show em Minas Gerais e estava acompanhada do piloto Geraldo Medeiros Junior, o copiloto Tarciso Pessoa Viana, o produtor Henrique Ribeiro e o assessor e tio da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho.
A aeronave perdeu os dois motores enquanto caía. De acordo com testemunhas que viram a queda da aeronave, o bimotor girou antes de colidir com as pedras da cachoeira.
Investigações do acidente
A altitude do avião ao se aproximar do aeroporto é um dos pontos a serem investigados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão vinculado à Aeronáutica responsável por apurar o que pode ter acontecido com o bimotor King Air da Beech Aircraft.
O que foi confirmado ainda no dia da queda foi a colisão da aeronave com uma torre de energia que fica próxima ao aeroporto de Caratinga. Faltava pouco mais de cinco quilômetros para o pouso quando a batida aconteceu nos cabos de energia elétrica.
"É uma pista de 1080 metros asfaltada, com serra dos dois lados. É um aeroporto que, por ter esses obstáculos e ficar dentro de um vale, para quem não conhece essa região, é um aeroporto com dificuldade para operar", explicou à Globo Gabriel Freitas de Faria --piloto que já pousou mais de 100 vezes na pista onde o avião deveria ter pousado.
A fuselagem do avião estava relativamente preservada, mas os dois motores caíram durante a queda. "Essa aeronave não requer caixa-preta, já foi confirmado que ela não tem esse equipamento. Os dois motores se desprenderam da aeronave, um está logo à frente dela, e o outro está um pouco mais à frente", falou Oziel Silveira, investigador do Cenipa, em coletiva.
As investigações podem durar mais de um ano. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) indicou que a PEC, dona do avião, tem autorização para realizar táxi aéreo e que o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade do avião, documento que atesta as condições deste tipo de veículo, é válido até julho de 2022.