Good Sam, nova série da rede CBS, não apresenta nada de novo. Há quase 20 anos, quase todos os dramas médicos novatos carregam a pressão de tentar ser uma nova Grey's Anatomy, mas a atração estrelada por Sophia Bush (One Tree Hill) e Jason Isaacs (Harry Potter) acertou em outro grande sucesso da atualidade: Succession.
A comparação pode surpreender alguns fãs do gênero, mas os dois episódios já exibidos nos Estados Unidos deixam claro que Good Sam cola no hit da HBO para explorar a rivalidade entre pais e filhos. Enquanto drama médico, a série pouco inova em um cenário repleto de opções.
Na trama, Sophia interpreta Samantha "Sam" Griffith, cirurgiã cardíaca de um respeitado hospital de Chicago (EUA) que trabalha sob a chefia de seu pai, Rob "Griff" Griffin (Isaacs). Com estilo tirano, o líder da equipe é o terror dos residentes e pressiona sua filha de maneiras muito tóxicas.
Uma tragédia, no entanto, transforma a vida dos dois. Griff é baleado por um homem na porta do hospital e entra em coma. Sam, que estudava aceitar uma proposta de emprego em outra cidade para sair da sombra do pai, acaba sendo nomeada a nova chefe do departamento.
Seis meses depois, na noite em que teria a sua nova posição coroada em cerimônia, Sam vê seu pai acordar do coma de forma inesperada. Viciado em trabalho e pouco adepto das emoções humanas, Griff nem bem retoma a consciência e pergunta quando estará apto a reassumir seu posto. Para a sua surpresa, o cargo está ocupado pela própria filha.
DIVULGAÇÃO/CBS
O time de residentes de Good Sam
A premissa base mostra como será a principal dinâmica da nova série. Assim como Grey's Anatomy tem como foco as desventuras amorosas de Meredith Grey (Ellen Pompeo), e The Good Doctor aposta na experiência de Shaun Murphy (Freddie Highmore) enquanto médico autista, Good Sam é sustentada na rivalidade e na briga de egos entre Sam e seu pai.
O contraste entre os dois é um choque de gerações. Sam é estudiosa das novidades na medicina, e seu pai, apesar de experiente e competente, se recusa a abraçar a tecnologia. Nas palavras da própria filha, se Griff representa um tiranossauro carnívoro e pronto para o abate, ela é o meteoro que o extinguiu.
Diferentemente do Logan Roy de Succession, Griff não é movido apenas pelo poder. Por trás de toda a sua carcaça tirânica existe um sentimento de proteção e dívida com sua filha. Anos antes, o médico veterano foi o responsável por um acidente de carro que quase tirou a vida de Sam. Na visão dele, seu jeito bruto de lidar com ela é apenas para deixá-la capacitada para assumir a sua posição.
Sam, na mesma posição de Meredith Grey, também precisa lidar com outros dramas no hospital. Seu affair Caleb (Michael Stahl-David) não quer assumir o compromisso, e a chegada de Malcolm (Edwin Hodge), o novo diretor financeiro do hospital, cria um provável triângulo amoroso.
O elenco ainda conta com o ator brasileiro Davi Santos (Power Rangers: Dino Charge) como o inocente Joey Costa, Skye P. Marshall como Lex, a melhor amiga de Sam, e Omar Maskati como Isan. O trio fecha a equipe de residentes liderada por Sam, enquanto Wendy Crewson interpreta Vivian Katz, mãe da protagonista e ex-mulher de Griff.
Entre tantos dramas e brigas envolvendo o time de doutores, Good Sam ainda separa tempo para surpreender com casos médicos interessantes em seus dois episódios. Afinal, séries como Grey's Anatomy não resistiriam tanto tempo em exibição se o lado "profissional" da trama não segurasse tanto a atenção do público quanto seus romances.
Apesar de suas qualidades, Good Sam teve estreia morna nos EUA. O primeiro episódio foi assistido por apenas 2,6 milhões de pessoas e assegurou 62% de aprovação do público no site Rotten Tomatos.
Com poucos episódios exibidos, a CBS ainda não anunciou se a série terá uma primeira temporada completa em seu ano de estreia ou se será cancelada de forma abrupta. Good Sam ainda não tem previsão de chegada ao Brasil.