Segundo o artista, a mudança na série alinhada a sua vida pessoal foi importante para se sentir "mais personificado e centrado, para poder começar o dia como 'eu'", revela. Em determinada cena, o personagem rebate os seus irmãos: "É quem eu sempre fui", diz antes de perguntar se era um problema para alguém.
De acordo com o portal, o personagem de Elliot virou imediatamente um dos homens trans mais conhecidos da ficção. "Estou nesta posição única", admite. "E sem dúvida preciso usar meu privilégio e minha plataforma para fazer o que puder, de qualquer maneira, para ajudar minha comunidade."
Transição
Elliot comenta como foi a sua convivência com a disforia de gênero e revela que se sentia desconfortável com o próprio corpo desde a infância. "Houve anos e anos de turbulência em relação a isso (...), de chegar muito perto e depois recuar, me convencendo do contrário", afirmou.
"Eu tinha que evitar meu reflexo. Não conseguia olhar para as fotos, porque eu nunca estava lá. Isso estava me deixando doente", alega ao comentar sobre a participação no filme Juno, que revelou o talento do ator para o mundo.
Segundo ele, a Hollywood da época era plástica, vazia e homofóbica. Em seu livro de memória, Pageboy, a indústria não permitia que as pessoas soubessem que ele era queer - termo utilizado dentro de pautas LGBT+.
Em 2020, o ator publicou em sua rede social uma postagem assumindo ser um homem trans. A repercussão foi imensa e ganhou mais de três milhões de curtidas. "Em muitos momentos, me peguei pensando: 'Nunca fui uma menina. Nunca serei uma mulher. O que vou fazer? Só quero ser uma criança de 10 anos'", contou.
"Depois, comecei a perceber: 'Ah, é porque essa foi a última vez em que me senti eu mesmo, a última vez em que me senti parecido comigo mesmo e estava em meu corpo e sabia quem eu era e tinha essa faísca'".