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Entre sucessos e fracassos, novelas das seis da Globo completaram 50 anos

MEMÓRIA DA TV

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Lucélia Santos e Edwin Luisi posam caracterizados como os personagens de Escrava Isaura (1976)Lucélia Santos e Edwin Luisi protagonizaram Escrava Isaura (1976); novela fez sucesso na Globo

Entre grandes sucessos e fracassos retumbantes, as novelas das seis da Globo completaram 50 anos de existência em 16 de agosto. A faixa, que já exibiu mais de 90 produções, registrou períodos de glória e de crise, bateu recordes de audiência e de faturamento e segue firme e forte na programação da emissora, sendo a primeira a retomar a exibição de tramas totalmente inéditas após a pandemia, com Nos Tempos do Imperador.

A primeira novela das seis foi exibida entre 16 de agosto de 1971 e 6 de maio de 1972. Meu Pedacinho de Chão, de Benedito Ruy Barbosa, teve 185 capítulos e caráter educativo, sendo produzida em conjunto com a TV Cultura de São Paulo, que também a exibiu.

Antes de a faixa ser interrompida, foram mostradas mais duas produções: Bicho do Mato (1972), depois refeita pela Record em 2006, e A Patota (1973). Entre 30 de março de 1973 e 5 de maio de 1975, a Globo deixou de exibir novelas das seis, mostrando no horário séries norte-americanas, como The Waltons (1972-1981), Família Dó-Ré-Mi (1970-1974) e Mary Tyler Moore Show (1970-1977), e desenhos da Hanna Barbera.

Em 5 de maio de 1975, a Globo recriou a faixa, com o objetivo de fazer curtas adaptações de grandes romances da literatura brasileira. Assim foram Helena e O Noviço, com 20 capítulos cada. Depois, com maior duração, vieram Senhora, A Moreninha, Vejo a Lua no Céu e O Feijão e o Sonho.

Um dos maiores sucessos do horário foi exibido entre 11 de outubro de 1976 e 4 de fevereiro de 1977. Escrava Isaura, adaptação de Gilberto Braga do romance de Bernardo Guimarães, levou Lucélia Santos ao estrelato, se tornou uma das novelas com mais exibições no canal e liderou o ranking de vendas internacionais durante muitos anos, sendo mostrada em mais de 100 países, incluindo Cuba, União Soviética e China, onde Lucélia é reconhecida até hoje pelo papel.

Além da exibição de tramas de época, histórias contemporâneas começaram a ser feitas a partir de 1977, com Dona Xepa. Também foi mostrada a primeira novela de Manoel Carlos, A Sucessora (1978), e a versão original de Cabocla (1979), que transformou Gloria Pires em estrela.

Altos e baixos

Na década de 1980, a faixa das seis registrou altos e baixos e oscilou entre sucessos, como Paraíso (1982), Amor com Amor se Paga (1984), A Gata Comeu (1985), Sinhá Moça (1986) e Fera Radical (1988), e tramas com menor repercussão, como O Homem Proibido (1982), De Quina Pra Lua (1985) e Vida Nova (1988).

A exibição de atrações inéditas foi interrompida entre 14 de novembro de 1986 e 16 de fevereiro de 1987 por causa de uma greve que quase desativou o primeiro horário de novelas, provocada pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Rio de Janeiro, que exigia um limite máximo de seis horas diárias de trabalho para os profissionais envolvidos. Nesses três meses, antes da estreia de Direito de Amar (1987), foi mostrado um compacto de Locomotivas (1977).

A década de 1990 registrou bons momentos, principalmente em Felicidade (1991), o remake de Mulheres de Areia (1993), Sonho Meu (1993), Tropicaliente (1994), História de Amor (1995) e a segunda versão de Anjo Mau (1997); ao mesmo tempo, teve equívocos como Salomé (1991), os remakes de Irmãos Coragem (1995) e Pecado Capital (1998) e O Amor Está no Ar (1997).

O mesmo cenário pôde ser observado na primeira década dos anos 2000, marcada por êxitos como O Cravo e a Rosa (2001), Chocolate com Pimenta (2003), Cabocla (2004) e Alma Gêmea (2005). Ao mesmo tempo, a Globo patinou em várias oportunidades, como A Padroeira (2001), Sabor da Paixão (2002), Agora é que são Elas (2003), Eterna Magia (2007), Desejo Proibido (2007) e Negócio da China (2008), que sofreram com a concorrência e oscilaram negativamente, marcando a pior fase da faixa.

A segunda década dos anos 2000 teve sucessos como Cordel Encantado (2011), Sete Vidas (2015), Além do Tempo (2015), Êta Mundo Bom! (2016) e Novo Mundo (2017), além da conquista de três prêmios Emmy Internacional. O remake de Éramos Seis(2019), cujo final foi prejudicado pelo estouro da pandemia, fechou o período, sendo seguido por três reprises --Novo Mundo, Flor do Caribe (2013) e A Vida da Gente (2011).

Em 9 de agosto de 2021, a Globo estreou Nos Tempos do Imperador, de Thereza Falcão e Alessandro Marson, que retomou a exibição de produções inéditas na emissora. Paralelamente,já está em produção a próxima trama, Além da Ilusão, que marcará a estreia de Larissa Manoela na emissora.


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